Intitulada “Ritmo Anansi”, a coleção resgata histórias de resistência contadas pela poetisa Louise Bennett

Conteúdo: A nova coleção Outono/Inverno 2024 de Nicholas Daley é uma verdadeira ode à cultura jamaicana, vista através da perspectiva da renomada poetisa Louise Bennett. Com o título “Ritmo Anansi”, a coleção coloca em evidência o tradicional vestido bandana jamaicano de Bennett – um design revisitado que simboliza “unidade” e “desafio” – como um herói do conjunto.

Anansi, a Aranha, figura central da mitologia ganesa que exalta a “rejeição da dominação e a conexão com as tradições africanas perdidas”, é protagonista nas notas da coleção de Daley. As palavras de Bennett reverberam o orgulho cultural de Anansi para a jovem audiência jamaicana, estendendo-se pela ilha e por toda a diáspora. Nesta coleção, Daley homenageia as tradições orais de seus antepassados jamaicanos com simbolismos estilísticos.

O já mencionado bandana jamaicano foi originalmente criado pelos britânicos para vestir escravos no Caribe; porém, foi posteriormente apropriado pelo povo jamaicano no período pós-guerra e hoje é um pilar forte no vestuário nacional da ilha. Aqui, o emblemático tecido se torna a base para a história de cores de Daley, composta principalmente por tons de bordô profundo, vermelho brilhante, azul marinho e preto.

A conceituada tecelagem escocesa Lochcarron, parceira de longa data da marca, contribuiu na reinvenção do xadrez tartã de Dale como madras em três versões: lã de mohair rica nos ponchos, flanela homenageante em camisas de dois bolsos e lã pura de cordeiro em kilts com franjas e jaquetas bomber. Além disso, o madras do designer desempenha um papel crucial na próxima colaboração com a Clarks, que utiliza o tecido de flanela para dar destaque de cor aos cadarços e forros de meias.

Em outros momentos da coleção, peças clássicas em preto total como sobretudos inspirados nos anos 70, camisas de veludo cotelê e calças jeans contrastam com o tricô vívido de silhuetas, como losangos e lãs merino. Concluindo a gama, o jacquard volta à tona, fazendo referência ao tecido Bògòlanfini de Mali em roupas de frio e peças estruturadas.